sábado, 15 de outubro de 2011

solidão apavora



dá medo ficar sozinho. passa tudo que é coisa pela cabeça. mas o medo parece um pouco fome: vem forte, depois passa. daí vem a paz. hoje passei o dia sozinha, tranquilamente sozinha. saiu muita coisa boa: muita conclusão boa, muita constatação boa. transformar isso tudo em movimento é o próximo passo: mover, agir, colocar o meu mundo pra girar. pensar mais em mim, cuidar mais de mim. tem isso: minha solidão traz um egoismozinho. não egoísmo, mas aquela horinha de te colocar no centro. afinal, você é sim o centro da sua vida.


de uma sexta derrotista pra um sábado reflexivo, vi que algumas coisas têm sim salvação. vi que não sou tão fraca quanto sempre acho que sou, que não preciso fugir tanto das dúvidas: encara, resolve. que cresci sim nos últimos tempos, mas que não tenho mostrado isso muito. o lado moleca anda tão aflorado que me faz esquecer que eu não sou só isso. na beiradinha dos 30, ainda não consigo me ver como mulher. uma menina. mas já tem uma estradinha aqui atrás pra embasar a mulher. pode ainda não ter minha família humana (só a canina), mas tem mudanças, tem coragem, tem amizades, carinho, dedicação. falta recolocar alguns desses elementos de novo na vivência, mas eles tão aqui dentro. eu já vi. mas ainda me falta o que eu não vi, o novo. criar, pesquisar, ler, ter idéias! isso anda gerando a angustia da vez. bola pra frente e firmeza no decote.

da solidão veio a paz. em boa hora. que ela traga a luz e o movimento.

e que traga mais música, mais alegria. que deixe a solidão lá fora. tomando chuva.







terça-feira, 11 de outubro de 2011

hey dude



Nunca culpo a cerveja (ou o mojito, ou seja lá o que for) por nada que acontece ou nada que eu faço. Hoje me vi criando expectativa, uma pequena expectativa - é verdade, pra algo que jurei nunca esperar nada. Talvez não expectativa, mas vontade de sair de casa e ver que criei uma dependência de companhia. Putz, é essa a exata hora que bate a questão: o que eu tô fazendo aqui? Pra quê ficar longe de casa, pra quê inventar moda e acabar tomando minha(s) stella artois sozinha em casa vendo jogo merda da seleção Brasileira? Quero rua quero ver gente. Quero amigos pra estar junto. 

Pensando bem, por um lado consegui um objetivo: criei uma expectativa em cima da amizade, não em cima de qualquer outra coisa. Fico muito feliz por isso. Mas esperei sim: uma resposta pelo menos. Mas tudo pode ter se confundido, tudo pode ter sido entendido errado, tudo pode ter acabado sendo interpretado como uma faisquinha de um sentimento que não existe. Não existe pois estou cuidando muito para ele não existir. Acho que tô conseguindo. Acho não, estou: não tá doendo, não tem choro. Apesar da TPM, não tem choro. 

Tem uma constatação: body moving. The movement you need is on your shoulder. 

Só depende de mim. 


Sempre.

Hora de ir atrás da minha alma nova. Hora de achar o que me faz feliz.
Achar quem me faz feliz.


Sempre é hora disso.


Sempre.




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho

tenho me sentido um pouco igual a uma música do Legião Urbana: parece TPM, mas é só tristeza. Pode ser inferno astral. Acho que são lágrimas e tormentos. Vai saber?

vontade agora? de não ter que ver mr. pink e mr. white nunca mais na vida, de saber que mr.brown arranjou uma namorada e tá mais longe do que achei que estava. vontade de conhecer o mr. blonde e parar de ficar com ciúminho desses amigos. porque sim: sempre viram amigos e eu sempre passo mal sofro por isso. sempre sofro um pouquinho com isso, sempre vejo eles apaixonados por outras moças lindas. chega né? e eles não tem nada com isso: é piração minha. minha e da Marisa Monte, que gravou no 'Universo ao meu Redor' todas as músicas que eu queria cantar agora. tem hora que enche o saco de sempre estar aí pras pessoas e elas nunca estarem aí pra você. pronto, parei com isso: cada um na sua, por favor.


mas tá faltando um pouquinho de paz. tá faltando não ter que fazer força pra sair, pra encontrar amigos. mas quem mandou mudar tanto? quem mandou não se contentar a ficar quieta em Minas? lá é tudo tão mais fácil... já existem os laços, já existe o carinho, já existem amizades leves. a gente é amigo e pronto: vou fazer alguma coisa, vamos? assim: sem força a gente tá junto, rindo, alegre. sofre junto também. lá existe mais laços. talvez aqui sejam mais nós. lá existe o cuidado quando alguém precisa de uma mão. existe meu quarto, existe minha cama, existe colinho de vó... existe uma outra vida que de vez em quando faz uma falta TÃO GRANDE! Falta que me faz repensar decisões, reavaliar possibilidades: será que eu aguento mesmo? mais 5 anos longe? mais 5 anos sem minha raiz? eu consigo fincar uma nova? eu quero isso?



deus me dá uma luz por favor?!?!?! ou jung: me ajuda denovo!!!!


é, sei que tô reclamando demais... tem pesado saber que em mais 1 ano terei 30 anos. penso se conquistei o bastante. penso se não sou acomodada, se não tenho feito tudo errado. 


a dor é minha dor, não é de mais ninguém.


ou como diria minha amiga Camila citando um terceiro (Caio F.): "acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor"



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

se você gostar de mim

maluco isso, ver isso outra vez. uma batalha pra conseguir pensar nele como amigo e de repente, um tanto de sinal aparece. não que sinal seja algo concreto, em que eu possa confiar. mas vi vários lá. o jeitim de falar, de encostar pra conversar... ai meu deus, faz isso denovo comigo não! é um amigo querido, e só! um lindo, quentinho, carinhoso, inteligente, acolhedor amigo querido. e só.


alguém me arranja uma vacina pro amor, faz favor. e uma outra dose extra. pra viagem.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

casaa

Casa.


Tem sido algo tão difícil de definir nos últimos tempos. Hoje tive uma prova do que é casa: varias amigas, juntas, num lugar que posso chamar de meu, na minha casa. Pessoas com quem dividi a adolescência bagunçada, uma que mora no Rio, outra em Paris, eu em Brasília... Estar com esse time é sentir em casa, é amar este lugar.


BH: te amo. Amo as pessoas que você criou e colocou no meu caminho. Amo você ter marcado o que eu sou: ainda que tarde, livre.





segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Poderosa?

Amor: coisa difícil. Vem e vai. Volta, sem que a gente queira. De repente, tá ele ali te fazendo chorar: na hora que você se acha forte o bastante pra enfrentar o que vier, vem ele (ou uma lembrança do que ele foi) e te desestrutura. Na hora que você já passou por um outro amor, que ajudou e te mostrar o que você busca, vem o amor antigo (a lá Drummond) e te rouba as estruturas. Mais uma vez, tira seu chão. "Vai ser gauche na vida". Não sei o que vou ser. Não sei o que vou enfrentar pra ser o que quero. Não sei se vou encontrar quem me acompanhe para ser o que quero. Mas sei que você não veio me ver: mais uma vez (quatro anos depois), você não me quis. Pelo menos é assim que eu consigo ver. Me ensina a dançar, a te acompanhar? Quer que te acompanhe? Eu quero. Eu ainda te quero. Ainda sinto saudade. Infelizmente, ainda choro por você. Triste, mas me sinto infeliz por te querer. Sim, meu coração chora, a falta de você. Sim, eu não posso enfrentar essa dor, que se chama amor. Dia a dia pouco a pouco, já estou fica do louca... Volta pra mim, vai? É tanto amor aqui pra te dar...mas TANTO AMOR! Recusa não, vai? From me, to you.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

time will change your ways

Por um acaso, tive que comprar passagens de volta na classe executiva: um dia antes de finalizar a compra das passagens pra viagem de ferias com minha família nos EUA, ainda tinha ida e volta econômica. Atrasei pra comprar! Ou pagávamos um pouco mais e eu ia na executiva ou não ia. Ok, a volta, depois de um semestre lotado, fim de semestre corrido e 15 dias batendo perna em ny vai ter de ser nas poltronas grandes. Ok, I can deal with this. Três taças de vinho e um jantar gigante depois, Madleine Peyroux canta "Don't wait too long" no meu ouvido. Engraçado. Nos últimos anos, não tenho conseguido esperar por nada, não tenho conseguido fazer planos. Acho que não tenho deixado muita coisa passar. Como diz na música: "If you think that time will change your ways, don't wait too long". Pra mim, uma virgianiana, foi muito difícil encarar que, por um tempo, a vida seria isso: no plans. Tenho me virado bem e tenho gostado de como as coisas tem seguido. Vejo muitos amigo com uma vida super estável, programada. Inveja? Nãããooo. Fiz questão de excluir essa palavra da minha vida o máximo possível (nem uso o esmalte lindo 'Inveja Boa' pois não gosto do nome). Apenas escolhas diferentes. Ser 'solta' demais tem suas desvantagens, mas são muitas as vantagens também. Tenho o privilegio de poder arcar com minhas escolhas, tenho como viabilizar as coisas que quero. Passo apertos de grana vez ou outra. Mas tenho uma rotina flexível, estudo algo que amo, viajo quando quero. Escolhas. Saber que a qualquer momento tudo pode mudar ajuda a aproveitar bastante cada momento. Não ao máximo. Me acho muito preguiçosa pra dizer que aproveito TUDO ao máximo. Mas aproveito no meu limite. Putz, talvez viver é isso, né? Aproveitar ao máximo, da melhor forma possível o que te aparece, o que você constrói. Deitar na grama, tirar o sapato, ler quadrinhos, tomar banho cachoeira, brincar com os cachorros, passar tempo com a família, falar besteira, cultivar boas amizades, ouvir rock'n'roll, ir ao show do Ozzy. Falar sem medo que gosto disso tudo sim, que um dia vou ter um sabre de luz (ou um abajour de sabre de luz...). Tanta gente tem medo do simples, de falar, de entender o que sente. Uma pena. Amar esmaltes e maquiagens e querer encontrar uma solução pra uma 'sustentabilidade' (entre aspas, pois o termo é controverso demais...) é antagônico? Sei lá... Sei lá por que exemplificar com isso. Exemplo é bobo. Mas a inquietação é real.

Freak show no Central Park

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Daytripper, yeah

Vontade de escrever pra não deixar passar o sentimento, a emoção, a lágrima. O momento.
Li a Daytripper 1 a mais de um ano atrás. Hoje, em Nova York, primeiro dia sem a família (primeiro dia fazendo o que der na telha), fui a uma Comic Shop. Mais pra conhecer, saber o que tinha por la. Curiosidade. A única revista que eu tinha certeza que ia procurar era a edição completa da Daytripper. Feliz resolução. Comecei a leitura no almoço solitário: ravioli, limonada, café, Cheesecake e Daytripper. Cada pedido servia pra aumentar meu tempo ali, lendo. Quando o garçom colocou o café na mesa (expresso, forte mas com açúcar), li: "there's always peace in a strong cup of coffee". Pronto, tava la. Dali pra frente, referencias seguidas a minha vida, minha infância. O nome Ana, os origamis. Acabando o almoço (e não a revista), cruzei o Central Park a caminho de casa. Resolvi sentar numa sombra e ler mais um pouco. Inicio de uma viagem: pés e bunda na grama (vestido era curto...), sai da Terra. Ri, chorei, fiquei imóvel por vários minutos. No fim, uma palavra: LINDO. Sou uma suspeita grande admiradora dos autores. Mas estou ciente que acabo de ler das coisas mais lindas da minha vida. Como tantos outros leitores (creio), sinto que foi escrito pra mim. Como acontece na historia, sinto que conheço os autores. Assim que acabei de ler, enxuguei as lágrimas e voltei pro mundo. Vi que ele tava diferente. Soube então que tinha passado por um daqueles momentos únicos: os que fazem a vida valer a pena.
Obrigada Fábio, obrigada Gabriel. Por tornarem minha vida mais alegre, mais leve. Por verem de uma forma tão delicada coisas tão difíceis de encarar. Ainda tenho muito o que processar do texto, algumas mortes a identificar no meu caminho. Obrigada por isso. Obrigada Fábio, obrigada Gabriel.
No caminho de casa, ganhei sorrisos.

domingo, 26 de junho de 2011

mais alguém

Sempre tive mania de planejar demais minha vida: viagens, caminhos. Planos, sempre. Nos últimos tempos, aprendi que a surpresa tem seu lugar na vida. E um papel muito importante!

Sexta passada, depois do feriado, acordei, fiz umas coisas que precisava fora de casa, voltei, brinquei com os cachorros. Sentei no computador e me deu uma vontade louca de ir pra Belo Horizonte. Faltou a paz. Em uma hora as passagens já estavam compradas, pra ir dali algumas horas.

Um impulso que veio de uma fragilidade momentânea foi muito gratificante. Deixou clara a fragilidade, a carência.  A falta que algumas coisas têm feito na minha vida. A falta que algumas pessoas têm feito na minha ou até a falta que uma pessoa tem feito na minha vida. Falta não dela, mas do que ela foi pra mim. Foi.

Amigas, festinhas, estudos... me descobri trancada pra fora de casa, fiquei de hóspede na casa de pessoas queridas. E como são queridas! Como é bom ter carinho em volta! De vez em quando, alguém que segure na sua mão e não deixe você estragar um esforço interno de meses. Que te abrace, passe um batom escândalo, e te diga que vai ficar tudo bem. Carinho, amizade, comida boa e bons vinhos. Cura tudo nesse mundo? Curar não sei, mas ajuda a construir a base da cura. Faz a gente ficar feliz!

Obrigada, minhas lindas! Pela conchinha, pelo Ruby Woo, pela mágica.

Mágica mesmo, muita :)

"Agora é hora de vibrar
Mais um romance tem remédio
Vou viajar lá longe tem
O coração de mais alguém"



terça-feira, 14 de junho de 2011

Carta (escancarada) ao homem frouxo

Descaradamente reproduzido, 
Diretamente do blog sincero do admirável Xico Sá
Devotamente tido como uma grande verdade (aferida em campo, quase 29 anos de pesquisa):


"Coragem, meu filho, coragem. Epístola dirigida é comigo mesmo. Como esta, atendendo a pedidos de pelo menos 30 fiéis leitoras do blog. Uma carta, fruto da encomenda afetiva das moças, pelo encorajamento do macho perdido:  
***
Amigas, peço a devida licença para me dirigir exclusivamente aos meus semelhantes de sexo, esses moços, pobre moços, neste panfleto testosteronizado.
Sim, amigas, esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito.
Destemidas fêmeas, caso observem  que eles não leram, não estão nem ai para a nossa carta aberta, mostrem aos seus homens, namorados ou pretendentes,  esfreguem uma cópia impressa nos narizes insensíveis para os bons cheiros da vida.
Uma cópia colada na tv antes do clássico não funciona. Ele vai esquecer de ler depois.  
Agora falando sério, e só para estes moços, pobres moços:
Amigos, chega dessa pasmaceira, chega dessa eterna covardia amorosa. Amigos, se vocês soubessem o que elas andam falando por ai. Horrores ao nosso respeito.
O pior é que elas estão cobertas de razão como umas Marias Antonietas cobertas de longos e impenetráveis vestidos.
Caros, estamos sendo tachados simplesmente de frouxos, medrosos, ensaios de macho, rascunhos de homens, além de tolos, como quase sempre somos, uns Joões Sorrisões, como esse boneca panaca dos gols da rodada.
Prestem atenção, amigos, faz sentido o que elas dizem. A maioria de nós anda correndo delas diante do menor sinal de vínculo, diante da menor intimidade, logo após a primeira ou segunda manhã de sexo. O que é isso companheiros? Fugir à melhor das lutas?
Nem vou falar na clássica falta de educação do dia seguinte. Aí já é nosso paleolítico, história datada. Como sim um lacônico SMS - “noite linda,gracias!”- fosse nos tirar pedaço. Francamente, hombres.
Delicadeza, macho,  não custa nada, não terá nem mesmo que roubar ou quebrar teu infantil porquinho de economias.
Amigos, estamos errados quando pensamos que elas querem urgentemente nos levar ao altar ou juntar os trapos urgentemente. Nos enganamos. Erramos feio. Em muitas vezes, elas querem apenas o que nós também queremos: uma bela noitada!
Por que praticamente exigimos uma segunda chance apenas quando falhamos, quando brochamos, algo demasiadamente humano? Ah, eis o ego do macho, o macho ferido por não ter sido o garanhão que se imagina na cama.
Sim, muitas querem um bom relacionamento, uma história com firmes laços afetivos. Primeiro que esse desejo é legítimo, lindo, está longe de ser um crime, e além do mais pode ser ótimo para todos nós.
Enquanto permanecermos com esse medinho de homem, nesse eterno e repetido “estou confuso” –“eu tô CAFUSO”, como dizia Didi Mocó!-, a vida passa e perdemos mil oportunidades de viver, no mínimo, bons momentos do gozo e da felicidade de varejo possível. Afinal de contas para que estamos sobre a terra, apenas para morrer de trabalhar e enfartar com a final do campeonato?
Amigos, mulher não é pra medo, é para nos dar o melhor da existência. Nada melhor do que a lição franciscana do “é dando que se recebe”, como cai bem nessa hora.
Amigos, até sexo pra valer, aquele de arrepiar, só vem com a intimidade, os segredos da alcova, as pornodevoções,  o desejo forte que impede até o ato que mais odiamos, a velha brochada da qual tratamos aí acima.
Caros, esqueçamos até mesmo o temor de decepcioná-las, no caso dos exemplares mais generosos do nosso clube.
Não há decepção maior no mundo do que a nossa covardia em fugir do que poderia representar os bons momentos da felicidade possível, repito, não a felicidade utópica, que é bem polêmica, mas a felicidade que escapa covardemente entre nossos dedos a toda hora.
Acordemos, amigos homens!
Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida.
Falta de vergonha na cara e de se permitir ser chamado de homem para valer e de verdade.
Escrito por Xico Sá às 21h45"

domingo, 12 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

nove dias

*play na música ali embaixo...


"Se faltar carinho, ninho
Se tiver insônia, sonha
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais"


hoje, mais uma vez, o shuffle do iPod entendeu o que eu precisava ouvir.
sabia que seria um dia super carregado, mas acordei com minha cachorra fazendo barulho de madruga e quase que não durmo depois. começei a pensar na falta que faz um carinho. tive insônia, tentei sonhar. chorei. tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.

"Se encontrar algum destino
Para solidão tamanha
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais"


o que fazer quando bate uma solidão assim? quando as coisas perdem um poquinho da graça, mas nada de espacinho na agenda? nada de conseguir abstrair, de conseguir não atropelar as coisas. não que o problema seja o lugar: solidão acompanha seja lá onde for. mas tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.

"Se você ficar sozinho
Pega a solidão e dança
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais"


pegar a solidão e dançar. a dança da solidão: danço eu dança você, já diriam outros. mas e se ela pisa no meu pé? se essa maldita dessa solidão consegue me colocar pra baixo? como que levanta, como que muda isso? tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.

se tiver vontade chama? não, melhor não
desaparecer no vento? era tudo o que eu queria agora: dar um nó na imensidão do tempo, pular pra quinta que vem. e por que? porque, entre outras coisas, tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.



ps.: música do último CD do Marcelo camelo, composta em parceria com o Dahmer, do www.malvados.com.br



sábado, 4 de junho de 2011

Bala de canela, bolo de ameixa

Essa semana, muito por acaso, achei minha bala preferida num restaurante simplesinho que fui almoçar. Aquelas balinhas redondas de canela, que se deixar fere o céu da boca pela acidez e pela compulsão de comer. Fiquei feliz até.

Num meio de tpm, passei a semana numa insegurança danada, com uma baita sensação de abandono. Vindos de vários lados, de várias pessoas queridas.

Ruim ter impressão que um relacionamento de um tempão tá se desfazendo. Talvez por carinho mútuo demais, talvez por cada querer viver demais seu tempo, suas novidades. Talvez por falta de comunicação, e não falta de amor. Existe amor na amizade, muito. Ruim demais ter vontade de correr, de dar um tempo nisso, mas não ter pra onde. Onde? Como falar as coisas que estão por dizer? Como desabafar sem estragar a convivência? Ainda mais sem sentir receptividade do outro lado. Plano B? Não existe. É essa a cena, é esse o palco, somos nós os atores. Uma bala de canela podia resolver a questão.

Um outro lado foi a falta de cafuné, o fim de semana de estudos, sem sair de casa. Vontade de ser  irresponsável, de sair correndo, largar as pendências (dos dois) e aninhar no colo. Deu insegurança de fazer isso, de ligar, de mandar mensagem. Conversinha morna e só. Deixa esse bolo de ameixa, vai? Me ajuda a sonhar.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amor da Amora: Nossa Senhora das Pimentas

Amor da Amora: Nossa Senhora das Pimentas: "Eles parecem ser evocadas somente na cozinha, mas a relação é muito mais ampla e profunda. Você evoca os santos mais inusitados nos momentos..."

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Bendição


Tem hora que amar parece uma maldição. Bom ver que não: é uma "bendição", ou uma benção. 

Uma benção. 

Uma benção conseguir amar, doar, entregar. Sentir isso, passar por isso. Uma "bendição" ver que no fim, o carinho fica. Conseguir amar é sim uma benção.

Uma benção amar.

É uma benção ver que não foi em vão. Que sim, vai passar, bola pra frente, a vida é curta demais pra chorar. Alguém que te foi especial não precisa deixar de ser. O carinho é bom, a saudade é boa. Mas a vida é outra. É uma benção amar.

Tive um Pedro uma vez. Por alguns anos, era ele. Um dia, não mais que de repente, descobri que sim: ele é especial. Sempre será. O lugar dele no meu coração (ou na vida, ou seja lá no que for...) é dele e é só dele. Amo ele. Nunca vou deixar de amar. Nunca vou gostar de uma namorada dele. Nunca gostei de ver ele com outra. Acho que nunca vou gostar. Meu Pedro, nossa história. História que nunca vai mudar, que é nossa. Ou é minha, eu inventei essa história nossa pra mim. História que, nesse caso, não necessariamente teve um fim definitivo. Confuso, confuso demais. Foi muito amor, é muito carinho. É nosso.

Fiquei tão feliz em ver que uma minha/nossa história começou a se desenhar hoje. Sim, você é especial. E será. Seu lugar é seu, meu amor foi seu. Nada e ninguém muda isso. Seu carinho é seu. A vida tem andado, tem me trazido lindas novidades. Sou muito grata por isso. Mas isso não tira o lugar de ninguém. Não tira a felicidade de te ver, de dançar com você, de pisar no seu pé, de errar o passo. Isso é seu. Se ainda existir um "nós", isso é nosso. É, pelo menos, meu por você. Meu pra você.

Cheguei em casa feliz hoje. Chorei sim, mas de feliz. Pela noite ótima, pelas amigas ótimas e lindas, pelas fotos conceituias, pela diversão, por dançar um forró com discussão sobre economia global (surreal!!). E por tudo mais. Por estar aqui, talvez. Só por isso.

Amo? Sim. Difícil deixar de amar. Quero que o amor fique na medida saudável.

Mas agora eu vou. Vai? Vou dizer:

"Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor..."








domingo, 8 de maio de 2011

Só Sei Dançar Com Você

“Espero um dia poder dizer o mesmo a você”, foi a resposta dada pela vovó ao meu feliz dia das mães.









quarta-feira, 4 de maio de 2011

Fúria amansada descansa

primeiramente: respira. lembra de que, se são hormônios que tão causando isso, são SEUS hormônios. sendo assim: é seu corpo, você controla. ou pelo menos, se quiser, pode controlar. em tese. respira de novo, dessa vez mais fundo. sai um pouquinho da frente do computador, vai ver se seu cachorrinho resolve comer alguma coisa. afinal, ele correu feito louco o dia todo, e não comeu nem um pouquinho de ração agora a noite. viu, ele é lindo, ele te adora! fofo, carinhoso... branquelo! foi só insistir um pouquinho que ele comeu. ok, um problema a menos. fúria? pega aquela raquete divertida de matar mosquito e vai pra área de serviço. sim, são milhares por lá. não pára, até o desejo de mandar o mundo a merda passar. ou até ele diminuir. ah é: esquece que assistiu tv câmara hoje!! urgente! lembra só que a votação do novo código florestal foi adiada. viu, uma vitória. pára, respira mais um pouquinho. é bom ficar longe do computador. aula de amanhã: realmente, as 140 páginas em inglês pra amanhã vai ter que ser em leitura dinâmica. já foi um resumo e uma resenha, já sabe mais ou menos do que se trata. escolhe os pontos e manda ver. sim, cabeça bagunçada, concentrar vai ser difícil. vamo lá, respira de novo. mais fundo dessa vez. depois aula, o que vai ser? almocinho em boa companhia, passeio e nadar no parque. depois? fim de semana com um tanto de amigos queridos, show sexta, show sábado, vinhozinho sábado. ok, pode ser cerveja dessa vez. viu como tá tudo mais tranquilo? e pôxa: tem aula amanhã! delícia de aula, professores ótimos, turma legal, tema interessante. viu? muita coisa boa, mocinha. só precisa contar isso pros hormônios, mostrar isso pra eles. tudo tá encaminhado, tudo tudo. ok menos o projeto de dissertação, mas combinamos de não falar disso essa semana. sim, adiar mais uma. respira, rápido! pensa em outra coisa! nadar, tomar sol, isso... viu? lembra sempre: você manda nos hormônios. eles são o que são porque VOCÊ deixa que eles tirem sua paz. mas está tudo em você. agora sim: está tudo de volta, em você, com você.

hormônios. e nada mais.









domingo, 1 de maio de 2011

Fórmula 1


É um cartão com a imagem da Torre Eiffel, linda como sempre, mas com um céu um tanto quanto artificial. Mostra a beleza da torre iluminada num contexto Parisiense bem singelamente retratado. 

Ele é um homem, brasileiro, 28 anos, solteiro. Juntou dinheiro nos últimos anos para fazer uma viagem. Vem programando esta viagem à França com duas amigas há uns dois anos. Um mês antes da data marcada para a viagem, conheceu uma menina especial. Na semana seguinte, começaram um affair. Passaram as três semanas seguintes juntos o tempo todo, numa empolgação típica de inícios. Quando qualquer olhar é novidade, qualquer agradinho emociona. Quando os defeitos não fazem a menor diferença. Eles tentaram ao máximo ignorar o fato de que ele iria passar quase dois meses fora. Por mais que tudo estivesse lindo, era tudo muito recente. Vai agüentar esse tempo longe? É ela quem vai receber este cartão postal. Saindo do Brasil, ele prometeu dar notícias. A grana pra viagem é curta. Ele pagou 0,333 centavos de euro pelo cartão (três por um euro) numa lojinha de souvenirs em Montmartre. Escreveu dizendo que está tudo bem: que Paris é sim muito linda, mas que não é a mesma coisa sem ela lá. Escreve também prometendo levá-la aos lugares lindos por onde está passando. Diz ter saudades e manda um beijo.

Sabe, o cartão foi escrito a noite, na cama do hostel, enquanto as meninas tagarelavam ao lado. Acho que elas nem me viram escrever. Falar do que elas acharam dos franceses e dos outros rapazes ali hospedados era mais interessante. Concordei em viajar com duas mulheres sabendo do risco que corria, do tipo de conversa que ia escutar. Olhei pro cartão e imaginei o tanto que você fazia falta. No dia seguinte, fomos andar por Saint German des Prés. Levei o postal para tentar enviar sem que elas vissem. Sabia de chateação que seria se elas me pegassem com esse cartão na mão. O resto da viagem ia ser papinhos de que fiquei quieto o tempo todo por sua causa, iam inventar historinhas chatas e outras coisas assim... intimidade é foda!  Aquele dia foi difícil, não consegui parar em nenhum correio pra enviar. O dia seguinte foi o dia de ir a Versalhes, programa que também consome um dia inteiro lá dentro, sem correios. Nos dias seguintes foi a mesma coisa: museus, parques, jazz, vinho e nada de parar no correio. Cada vez que via um por perto, deixava pra mandar no próximo. Foi por isso que eu acabei escrevendo vários cartões. E as meninas não me viram escrever nenhum! Elas estavam ao meu lado todo o tempo e não viram nada. Mas isso não durou muito. Uma noite, uma delas me pediu minha tesoura, que estava na mala. Eu já tinha deitado, deu preguiça de levantar. Falei onde tava e disse pra ela mesma ir lá pegar. Só que no mesmo bolso, antes da tesoura, estavam os postais. Já eram seis, todos escritos. Ela, lógico, me perguntou o que era aquilo. Quando eu, timidamente, expliquei, tive de agüentar um jantar inteiro sendo perturbado pelas duas. Tínhamos convidado um casal de suíços que conhecemos por lá para jantar com a gente. Coitados... As duas engataram uma serie de brincadeirinhas constrangedoras em português. Eles não entendiam nada, elas não paravam de rir e eu de ficar sem graça. Acabei de comer, levantei, dei boa noite para o casal e fui dormir sem falar nada com elas. Nem sei como elas contornaram aquela situação, que acabou sendo um pouco chata. Ou não contornaram, pois tive a impressão que o casal de amigos em potencial passou o resto do tempo que estivemos hospedados no mesmo lugar fugindo da gente. O temido dia seguinte foi o que tínhamos combinado de ir a Champs-Élysées. Cada loja que elas paravam era uma novela. Respirei fundo e fui. Enquanto andávamos, elas começaram a apontar cada correio que viam. Perguntaram se os milhares de postais surrados estavam ali comigo. Sim, estavam. Elas quase que me empurravam para entrar em um correio, quando falei pra me deixarem quieto, que na hora que eu quisesse, se eu quisesse, mandava os cartões. Falei e me arrependi. Não dá pra agüentar pessoas querendo mandar nas minhas coisas, mas também não dá pra ser grosseiro assim. Pedi desculpas e propus da gente sentar num café, pedir uma Leffe e conversar um pouco. Só então contei de você direito pra elas. Do seu sorriso, dos seus pezinhos, do cafuné. De como a gente tinha se dado bem e do bem que você estava fazendo pra mim. De como tava doído ir pra longe logo no começinho. Cinco Leffes depois, já soltinho, falei pra elas da dificuldade de saber se posso ou não apostar em você. Da vontade que eu tava de aproveitar a viagem, de conhecer outras pessoas, mas que era inevitável comparar com você todas as meninas que eu conhecia. E você ganhava todas. Minhas amigas quase choraram. Entenderam e pediram desculpas. Dali pra frente o clima da viagem mudou: eu virei o “apaixonado”. O cara dos mil postais. Ate que um dia, sem programar muito e sem fazer mais muito drama, acordei mais cedo, tomei café-da-manhã e fui te mandar aqueles postais. Não mil, mas uns oito.


janeiro de 2010






quinta-feira, 28 de abril de 2011

minha vida de menina

É um quarto rosa. É a primeira vez que eu me lembro de morar em um apartamento. A minha mãe me deixou escolher a cor... Na verdade na última hora eu queria que fosse amarelo (minha nova cor preferida), mas como não estava lá, acabou ficando rosa mesmo. Meu primeiro quarto só meu! Meu irmão tem o dele, que é maior e mais perto do banheiro, mas esse aqui é rosa e é meu. Ganhei os móveis que eram do quartinho da minha mãe e da minha tia quando elas eram criança: tudo de palhinha trançadinha e pintado de branco. A cama, o baú, a penteadeira, o detalhe do espelho, a mesa de cabeceira, a preteleirinha. Pedi a Nossa Senhora de Fátima da minha mãe também. Ela é toda dourada e fica numa cúpula de vidro bonita, logo acima da porta. Tá aqui pra me proteger. Consegui trazer pra cá também o som antigo de casa. Agora dá pra escutar meus discos e até minhas fitas no quarto!  Meus brinquedos ficam na prateleira: casa do pônei, pôneis e bonecas. Quando ganhar meu primeiro bichinho de pelúcia, o cantinho dele já tá ali guardado. Tem um armário grandão, de uma parede inteira. A vovó me pediu pra escolher o puxador das portas. Eu escolhi um de porcelana, com umas rosinhas desenhadas. O quarto de costura da vovó fica bem encima do meu quarto... Tem vez que dá pra saber quando ela resolve costurar de madrugada: é só escutar o barulho do salto no teto. Ela trouxe pra mim de uma ida a Cuba um relógio do Tocopan, mascote dos jogos pan-americanos de Havana. Ele fica na parede, logo acima da mesa de cabeceira. Mas é de ponteiro e sem números. E difícil ler as horas nele. Mas é tão bonitinho. E é de Cuba! Meu pai fala tão bem de lá, que as crianças lá todas vão à escola, que não falta remédio. Quero muito ir lá um dia. Tem outro quadrinho, que eu montei com fotos minhas com meus cachorros. Tem com a Chita, a Aline e o Nero. A foto com o Nero é a mais bonita, foi meu pai quem tirou. Comecei a montar e desmontar coisas e descobri que adoro fazer isso.
Um quartinho de menininha. Os móveis combinam, cheio de brinquedos espalhados. Dá pra notar que a decoração também foi feita por uma criança: quadros distribuídos ao acaso, vários bonequinhos de porcelana lascados enfeitando a penteadeira. Naquela época eu ainda achava que tinha que guardar e usar tudo que ganhava. Não tinha nenhum livro lá. A sensação que tenho hoje é de que tudo é muito pequeno, apesar de saber que não é. Foi o apartamento para onde mudamos pouco depois da separação dos meus pais. Sem traumas, mas talvez com certa necessidade de deixar evidente a presença e influência paterna ali.  Até um porta-retratos com foto dele novinho coloquei. Ele sempre fez questão de ser uma influencia forte pra mim. O telefone de Bart Simpson na mesinha de cabeceira é o mesmo que eu uso até hoje. No fundo, acho que são muitas as semelhanças entre aquele quarto e o meu atual. O de hoje é azul-hortência, e fui eu quem pintou. Mas a ordem aleatória das coisas, os milhares de enfeites espalhados, a marca da família, tudo continua ali. Até um santinho da Nossa Senhora de Fátima na cabeceira da cama. Só que ao invés do som antigo de vinil e fita, um iPod. Ao invés de brinquedos, tenho livros. 

janeiro de 2010

quarta-feira, 20 de abril de 2011

a dor e a delícia

Hoje vi balões. Balões, da volta ao mundo em 80 dias. Dava pra ver o foguinho pra levanta-lo e tudo mais. Tentei tirar fotos, todas ficaram parecendo balõezinhos de plástico. Descobri que quero um dia dar uma volta de balão. Lindos.



Enfim: coisas de Brasília. O que eu sinto morando aqui é muito desconexo. Sim, pessoas não se encontram por acaso na rua. Sim, em geral, todo mundo tá dentro de um grupo de amizade relativamente fechado, e pra você ter amigos, dá seu jeito de entrar em um. Não tem bairro, não tem centro. Tem quadra, comercial, quatrocentas & duzentas, trezentos & centos. Mas voltar pra casa a noite e passar pela Esplanada dos Ministérios iluminada é lindo. Dá até pra esquecer um pouquinho o que acontece por ali. Ver de longe, a noite, o Palácio do Planalto iluminado é maravilhoso. Passar pela catedral e outras Niemeryses (ou Luciocostices) emociona. Dentro de toda sua estranheza, Brasília é linda. Quase uma junkie gente boa: legal de conversar, encontrar e sair de vez em quando, por um tempo. O convívio pode acabar sendo maravilhoso, ou uma merda completa. Mas, impressionantemente, nunca deixa de ser linda, peculiar, única.

Dá até uma certa esperança. Em tudo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

montanha russa

ontem foi um dia bom. boas aulas, bons livros, cabeça boa, boa conversa, boa música, boa pizza, boa noite para o pai de passagem pela cidade. voltei pra casa sorrindo, sozinha. só por rir, por estar bem, por estar feliz.

hoje o dia começou bem. minha bolsa saiu! até que, não mais que de repente, volta tudo. ouvir dizer que, no dia seguinte da conversa, ele estava com outra pessoa... 

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pôxa!!!!
lembrei de uma música que diz: "Eu quero ver você dançar/Em cima de uma faca molhada de sangue/Enfiada no meu coração". sensação foi essa. ok, extremamente dramático, exagerado, mas quem controla essas coisas? é um misto de raiva, decepção, tristeza, confusão, fraqueza, falta de respeito, de carinho. sensação de que eu não conheço nem um pouco o cara que tava do meu lado, sensação de que nunca houve dúvida mesmo. sensação de que sim, ele não tá nem aí esse tempo todo, sim, eu tô sofrendo sozinha por algo que só teve valor pra mim. sentindo tudo como muito superável: tanto faz se não tem mais ela, são tantas por aí. sensação de ser só mais uma. sensação de ter me esforçado em vão, de ter me importado me vão, me entregado em vão, sem ser recíproco. isso tudo misturado, sobe de um jeito, bate ali na falta de amor próprio e acaba saindo como uma frase idiota no msn dele. 

putz, o que que eu fiz? o que eu tenho a ver com isso? mais cedo ou mais tarde, de um dos lados, isso ia acontecer, né? mas pôxa... já? fácil assim? será que só é difícil pra mim? de uma certa forma, é um luto... cadê o cuidado? ao invés disso,  sinto é indiferença.

vergonha de me sentir assim. é certo sentir vergonha de um sentimento?

se faz diferença se é verdade ou não? faz, faz sim. se é isso que tá mais me incomodando? não. tá me incomodando o tanto que isso me afetou. o jeito imbecil que eu reagi, o tanto que o sangue esquentou, o tanto de besteira que veio na minha cabeça, o tanto que isso mexeu comigo. 

não julgo quem contou pra quem que contou pra quem que contou pra mim, não é esse o ponto. tudo isso que passa pela minha cabeça é verdade? não sei, provavelmente não, e não é esse o objetivo. tô aqui contando meu lado. como diz ali em cima: coisas que passam pela minha cabeça. verdade ou não, certas ou não, passam. isso não tem como evitar, isso não dá pra repreender. tem como evitar escrever? sim. eu quero? não, tem me feito bem. detesto guardar coisas, detesto deixar algo por falar. 

falar pra quem? 

pra mim







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terça-feira, 12 de abril de 2011

Felicidade Interna Bruta

Hoje na aula, um dos temas discutidos foi como medir o desenvolvimento de um país, estado ou município. Alguns índices foram expostos, como PIB, IDH. Uma colega citou o FIB - Felicidade Interna Bruta. Simplificando enormemente, ele "mede" o grau de satisfação de uma pessoa em alguns aspectos da vida (Corpo, Bolso, Mente e Mundo) e faz uma média, que será o seu FIB

Hoje, meu FIB foi "satisfatório": 59 pontos. Grande parte dos pontos no item "mundo". Fiz uma simulação de como responderia um mês atrás, meu resultado foi "feliz": 64 pontos, sendo "mente" e "mundo" os maiores, porem melhor distribuído entre os itens. 

Isso quer dizer que sou uma pessoa mais triste? Até que ponto certas decisões são corretas? 

Por três vezes, tive que optar entre seguir um caminho que se desenhava como profissionalmente promissor ou ficar e seguir o coração. Da primeira vez, ainda na graduação, a escolha era entre o cara mais divertido que já conheci e o estágio dos meus sonhos, em outra cidade, a 840 km de distância. Estágio venceu, sofri demais. Sofri, mas consegui terminar a faculdade em uma das universidades mais conceituadas do país, vi meu conhecimento crescendo sendo e aplicado no que eu sempre sonhei em trabalhar, conheci e reencontrei pessoas muito especiais. Até conhecer outro rapaz e começar a namorar. Tudo estava lindo denovo. Formei e recebi uma proposta de emprego, do lugar onde fazia estágio: em uma outra cidade, dessa vez a 1.100 km de distância. O emprego dos meus sonhos ou o namorado que me passava segurança, estabilidade? O emprego dos meus sonhos. Esse fim foi sofrido, difícil, complicado. Sofri, descobri muita coisa sobre mim, passei 18 meses muito solitários. Conheci lugares maravilhosos, que jamais teria outra chance de conhecer, adquiri uma bagagem profissional imensa e uma certeza da minha vocação, do que eu gosto de fazer. Dois anos e meio se passaram. Já morando na minha cidade natal outra vez, conheci o cara mais legal de todos. Inteligente, interessado, engraçado, carinhoso. Mesmo sabendo da grande chance de uma mudança em vista, começamos a namorar. Duas semanas atrás (três meses depois) e a 860 km de distância, a opção pelo mestrado dos sonhos pesou e o namoro com o rapaz que me fazia feliz terminou. Tô sofrendo. Daí o motivo da queda do meu FIB.

Outro dia numa palestra, ouvi que entendendo o passado podemos planejar um futuro melhor. Olhando o passado, não me arrependo das decisões que tomei, de forma alguma. Impossível dizer o que poderia ter acontecido, caso a opção tivesse sido outra em algum dos casos. Mas tenho orgulho das minhas decisões até hoje, tenho orgulho dos caminhos que tenho traçado. Espero, e logo, poder ver isso acontecendo de novo. Mas espero também que esta escolha sempre pelo profissional não aparente uma falta de vontade de fazer o restante dar certo: eu quero, eu anseio por isso. Em todos os casos, em todas as vezes que fui embora, lutei pra que desse certo, mesmo de longe. Sempre achei que o amor que eu tinha ia dar conta. E dava. Sempre senti um medo, uma incerteza e, em um dos casos, uma enlouquecida completa da outra parte. Lutei até ver que não adiantava mais lutar. Batalha perdida mesmo. Acho que ainda não consegui conceber esta última batalha como totalmente perdida, mas tenho respirado muito, pensado muito. Focalizado que o que vai me colocar pra frente agora é pensar nas coisas que eu preciso: minhas leituras, meus trabalhos, meu projeto de dissertação, minha vida nova em outra cidade.


Tô catando os pedacinhos e trançando o meu. 


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domingo, 10 de abril de 2011

desfazer nós

Como sempre, adorei te ver
Adorei te abraçar
Adorei colocar o meu ponto final

Fica o carinho, a admiração, a amizade
Ficam muitas outras coisas que não cabem aqui
Fica um papelzinho misterioso escondido
A situação nova é estranha mesmo
Mas a gente acostuma, a gente molda ela

Some não. Só ia dificultar tudo

Boa noite, chuchu. Boa noite e tchau


"A vida é desfazer nós

Nós de nós mesmos
A linha da vida fica maior
Se você consegue tirar o nó
A vida é desfazer nós
e os motivos de fazê-los
ninguém pode desfazer por nós
ninguém pode impedir os nós"





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