sábado, 3 de novembro de 2012

Alegria


(imagem veio daqui http://tinyurl.com/a9awazk, incrivelmente na hora que terminei de escrever)



De repente, ficou tudo claro: me falta paixão. Me falta um objetivo. Como se, por saber que logo logo meu mestrado acaba e eu não sei o que vai ser da minha vida, eu esteja adiando o fim dele.

Igual, idiotamente, faço com coisas que gosto: shampoo, hidratante, nutella... Quando chegam no fim, paro de usar. Sou cheia de restinhos de coisas vencendo no meu armário. Acho que estou fazendo isso na minha vida: deixando restinhos inacabados pra não ter que sair e escolher um novo. Pra não ter que fazer outra escolha.

Me falta inspiração, algo pra ter paixão. E sério, que boring alguém sem paixão, sem objetivo. Esse ano todo tem sido assim.

Problema posto.

E agora, José?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

não confie em ninguém com mais de 30 anos





Domingo, sem muita surpresa, vou acordar com 30 anos.

Novas etiquetas de agora pra frente: mulher adulta, mulher de trinta, balzaquiana. Não posso negar que isso, acompanhado dos outros rótulos - dados por mim, quase sempre - solteirona, indecisa, desnorteada, pesam. Pesa um pouco lembrar como me imaginava aos trinta. Pesa um pouco não ter ideia do que será a vida daqui pra frente. Pesa ter urgência de algumas coisas que estão fora do meu controle. 

É, é pesado crescer.

Um tempo atrás, estava pensando sobre isso: o que é crescer? A conclusão foi que crescer é algo como se tornar uma criança responsável. Cumprir com suas obrigações, tarefas, trabalhos, responsabilidades, mas sempre com a leveza e a alegria - se possível com os olhos - de uma criança. Não parar de brincar com a vida, de se divertir nela. Manter a alma de criança.

2012 está sendo um ano maluco pra mim. A minha impressão é que entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, minha 'alma de criança' saiu pra brincar e nunca mais voltou. Isso aconteceu na forma de perdas, mudanças, pessoas queridas que se afastaram, decepções. Estou me sentindo menos alegre esse ano, mais preocupada, menos focada, rendendo menos. Sinto falta da criança, sinto falta da alegria, sinto falta da descontração. A cada dia quero mais ficar quieta em casa, desligar telefone+emails+facebook+skype+twitter e ficar só, ouvindo o ventilador rodar. E tomar um vinho branco. Só.

Quero achar essa alegria, quero rir de novo, quero não aguentar ficar tanto tempo em casa. Quero minha leveza de volta, daquele jeito bonito que eu conheço ela. Acho que ela  anda meio forçada ultimamente...

Preciso achar essa criança logo.

Preciso voltar a rir à toa.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sabe?


Sabe quando você não importa com nada, só se sente feliz? Quando um quartinho de hotel muito, mas muito silmplesinho vira seu lugar preferido no mundo? Quando o frio na barriga de chegar num outro país sem saber ao certo se ele te espera, passa? Sabe quando a duvida de ter resolvido uma viagem internacional em menos de uma semana acaba? Quando o medinho de como vai ser some, e tudo fica fácil e leve? Quando as coisas fluem?

Sabe quando, só de olhar aqui pro lado e ver ele ali no balcão, sentado nesse café, me faz abrir um sorriso? Sorriso que parece ter grudado em mim...

Pois é, isso tudo é meio inexplicável, é completamente feliz.

Isso tudo é verdade.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

chama



Acho que foi um dia que me peguei procurando seu rosto numa sala de embarque lotada. Sexta-feira fim do dia, quando o mundo resolve viajar. Eu olhava pra todos os lados, esperando ser surpreendida pelos seus olhos. Olhos que deviam estar aonde? Panamá? Colômbia? Com certeza, não ali. Olhos que, quando você me perguntou na praia, eu não consegui definir a cor. Azul, diria agora, mais de mês depois.

Percebi que te procurava ali sem pensar. Talvez por nossa despedida ter uma sala de embarque como palco. E por você ter me acompanhado com os olhos até eu sumir naquele corredor que suga a gente pra dentro do avião. Eu que tento parecer forte em despedidas, não conseguia parar de olhar pra você. Não sabia - e ainda não sei - se aquela seria a ultima vez que eu ia olhar pra você. Quis aproveitar até o ultimo segundo possível. Quis - e ainda quero - viver cada pedacinho dessa historia maluca. Que começou do jeito que sempre sonhei, se desenrolou do jeito que eu sempre sonhei, se apresentou através de você: um cara do jeito que eu sempre sonhei. Medo de ser obrigada a acordar, de mandarem meu sonho pra Sibéria. 

Voltando pra sala de embarque, vez ou outra, acabava topando o olhar com um desavisado perdido por ali, que me encarava. Não amigo, não é você que eu estou procurando. Não foi você que decidiu passar os últimos dias no país comigo. Não foi você que pegou um avião pra me encontrar, pra me encantar um pouquinho mais. Pra me deixar assim, desarmada, perdida, em duvida. Dentro de toda dificuldade que tenho pra planejar a vida, você foi um fator a mais pra bagunçar tudo. Te ofereço meu amor, meu calor, meu endereço. Aceito seu endereço também, seja lá onde ele for. Como falamos no ônibus, a caminho do aeroporto, nossos caminhos sem rumo podem se cruzar de novo, e a gente pode se esforçar pra isso. Basta querer. E olha, eu quero. Quero pegar um outro vôo, pra onde quer que você esteja, levar minha câmera e tirar fotos suas. Quero te ensinar sobre Vinicius de Moraes, sobre musica brasileira. Quero aprender sobre os países que você morou, as causas pelas quais lutou. Quero aprender espanhol! Quero aprender a te ter por perto. Quero te ensinar a não viver sem mim.

Portanto mi cariño, acho que não vou parar de te procurar por aí. Não vou parar de procurar seus olhos em todas salas de embarque que estiver. Não vou parar de imaginar como vai ser nosso encontro, se num aeroporto, você me esperando no meio daquele aglomerado de gente. Não vou chegar na hora marcada, prometo. Enfim vou achar seus olhos, e você vai achar os meus, como no dia que nos conhecemos. Eu vou largar meu carrinho - ou se só com uma mochila, jogar ela no chão - e correr pra você. O abraço vai ser daqueles longos, cheios de sentimento, cheios de carinho. As pessoas em volta, se é que a gente vai conseguir ver algo em volta, vão parar e olhar pra cena. Quando enfim acabar o abraço, você vai colocar meu rosto no meio das suas mãos (fazendo meu rosto ficar pequenininho no meio das suas mãos enormes!), igual fez na praia. Você vai olhar bem no fundo dos meus olhos, já completamente cheios de água, e vai falar meu nome. 

you made it. yes, I'm here.

E que seja infinito enquanto dure.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

stay in the afternoon and left at night

sabe quando fica difícil respirar, e você torce muito pra ser só o tempo seco? 


porque se não o tempo seco, de onde vem essa falta de força, essa dificuldade de achar o ar...






sexta-feira, 22 de junho de 2012

I'm so glad I found you

Sabe quando TUDO acontece exatamente do jeito que você sempre imaginou? Pois é, foi assim...

terça-feira, 13 de março de 2012

às vezes é um instante


a sombra do futuro, a sobra do passado, o assombro que isso tudo tem causado. a saudade de um tempo que ainda não passou, a espera pelo que vem. o caos no pensamento. pessoas queridas que se afastam. todas ao mesmo tempo. me deixam sem entender, não querem conversar. mais uma vez: dói. fica um sentimento de ser descartável na vida das pessoas, e sem entender o porque. 


simples assim: tchau, some, vaza.


o que buscar?


a paz na solidão, talvez.


mas e a saudade, como que faz com ela?



domingo, 19 de fevereiro de 2012

Crazy train

Tem hora que mesmo exausta, deitada na cama, da vontade de ficar acordada. E tentar achar explicação de algumas coisas. Achar motivos de algumas coisas.

Me vence sono, por favor.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Suspiro



Devaneio, coisa que anda muito comum pra mim. A cabeça vai tão longe que não tem sido difícil focar no que é necessário. Cada dia é uma desculpa pra acordar tarde, pra correr atras de outras coisas. Talvez assim esteja sendo na minha vida a muito tempo... Ontem, pensando numa remota possibilidade de mais uma virada maluca na minha vida, me peguei pensando: 'ok ir embora daqui, fico mais tempo sozinha mesmo!'. Acho que enfim entendi o que um amigo me disse uns três anos atras, que onde quer que eu fosse, a solidão que eu sentia ali ia me seguir, que a solidão estava em mim, e não na cidade em que morava, no estranhamento que sentia ali. Não acho que o homem é a ilha. A cabeça é a ilha (da-lhe Dahmer). Ou os dois são a mesma coisa.

Uma paixonite platônica, já que de perto me sinto uma ilha. Uma necessidade de expressar sentimentos por diversas formas. Uma dificuldade de escrever, dificuldade de expressar, dificuldade de colocar em pratica as coisas da vida que têm que andar. Difícil (de uma forma, até bom de saber) quando todos te acham uma pessoa alegre, e existe uma cobrança em estar bem, feliz, rindo, fazendo piada. Ou pior: quando consigo desabafar e a pessoa que escuta, por nunca ter te ouvido desabafar, nunca mais te liga, some. Todo mundo quer amigos felizes, né? Mas isso é amizade mesmo? Sem motivo, sem porque.

Por que sim, por que é.

Pode ser a proximidade dos 30 anos, a saudade do cachorrinho sumido, o medo (forte) de não dar conta do que foi proposto pra esse ano, o medo de ficar sozinha. Usando demais o termo 'medo', vai ver é isso. Ou, como disse uma amiga: o bom dos 30 é que, por mais que você não saiba o que quer, você sabe bem o que não quer. Assusta saber bem o que eu não quero em alguns aspectos da minha vida, e ver que isso é exatamente o que aparece em volta. É fácil fazer as malas e mudar, sempre tenho mil motivos pra cada mudança. Hoje, me pergunto se estou indo atras de alguma coisa ou do que estou fugindo. Talvez esteja só fugindo de mim. E essas ultimas semanas, passadas muito sozinha, esteja começando a encarar que algo perturba. Ainda não sei o que é, mas tem algo ali.

Ali não, aqui: aqui dentro.