terça-feira, 12 de abril de 2011

Felicidade Interna Bruta

Hoje na aula, um dos temas discutidos foi como medir o desenvolvimento de um país, estado ou município. Alguns índices foram expostos, como PIB, IDH. Uma colega citou o FIB - Felicidade Interna Bruta. Simplificando enormemente, ele "mede" o grau de satisfação de uma pessoa em alguns aspectos da vida (Corpo, Bolso, Mente e Mundo) e faz uma média, que será o seu FIB

Hoje, meu FIB foi "satisfatório": 59 pontos. Grande parte dos pontos no item "mundo". Fiz uma simulação de como responderia um mês atrás, meu resultado foi "feliz": 64 pontos, sendo "mente" e "mundo" os maiores, porem melhor distribuído entre os itens. 

Isso quer dizer que sou uma pessoa mais triste? Até que ponto certas decisões são corretas? 

Por três vezes, tive que optar entre seguir um caminho que se desenhava como profissionalmente promissor ou ficar e seguir o coração. Da primeira vez, ainda na graduação, a escolha era entre o cara mais divertido que já conheci e o estágio dos meus sonhos, em outra cidade, a 840 km de distância. Estágio venceu, sofri demais. Sofri, mas consegui terminar a faculdade em uma das universidades mais conceituadas do país, vi meu conhecimento crescendo sendo e aplicado no que eu sempre sonhei em trabalhar, conheci e reencontrei pessoas muito especiais. Até conhecer outro rapaz e começar a namorar. Tudo estava lindo denovo. Formei e recebi uma proposta de emprego, do lugar onde fazia estágio: em uma outra cidade, dessa vez a 1.100 km de distância. O emprego dos meus sonhos ou o namorado que me passava segurança, estabilidade? O emprego dos meus sonhos. Esse fim foi sofrido, difícil, complicado. Sofri, descobri muita coisa sobre mim, passei 18 meses muito solitários. Conheci lugares maravilhosos, que jamais teria outra chance de conhecer, adquiri uma bagagem profissional imensa e uma certeza da minha vocação, do que eu gosto de fazer. Dois anos e meio se passaram. Já morando na minha cidade natal outra vez, conheci o cara mais legal de todos. Inteligente, interessado, engraçado, carinhoso. Mesmo sabendo da grande chance de uma mudança em vista, começamos a namorar. Duas semanas atrás (três meses depois) e a 860 km de distância, a opção pelo mestrado dos sonhos pesou e o namoro com o rapaz que me fazia feliz terminou. Tô sofrendo. Daí o motivo da queda do meu FIB.

Outro dia numa palestra, ouvi que entendendo o passado podemos planejar um futuro melhor. Olhando o passado, não me arrependo das decisões que tomei, de forma alguma. Impossível dizer o que poderia ter acontecido, caso a opção tivesse sido outra em algum dos casos. Mas tenho orgulho das minhas decisões até hoje, tenho orgulho dos caminhos que tenho traçado. Espero, e logo, poder ver isso acontecendo de novo. Mas espero também que esta escolha sempre pelo profissional não aparente uma falta de vontade de fazer o restante dar certo: eu quero, eu anseio por isso. Em todos os casos, em todas as vezes que fui embora, lutei pra que desse certo, mesmo de longe. Sempre achei que o amor que eu tinha ia dar conta. E dava. Sempre senti um medo, uma incerteza e, em um dos casos, uma enlouquecida completa da outra parte. Lutei até ver que não adiantava mais lutar. Batalha perdida mesmo. Acho que ainda não consegui conceber esta última batalha como totalmente perdida, mas tenho respirado muito, pensado muito. Focalizado que o que vai me colocar pra frente agora é pensar nas coisas que eu preciso: minhas leituras, meus trabalhos, meu projeto de dissertação, minha vida nova em outra cidade.


Tô catando os pedacinhos e trançando o meu. 


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Um comentário:

Amora disse...

Ótimo texto. Claro.
Posso te dizer, mais uma vez, que nao deu certo pq nao tinha que dar. Não foi pela distancia. Qdo tem que dar certo, vence tudo, e a distancia fica so um detalhe.
eu sou exemplo disso: pará - bh - brasilia. deu certo, por muito tempo. até o dia que o SENTIMENTO nao foi mais suficiente.

e existe o amor de outras formas tb ...

beijos