domingo, 26 de junho de 2011

mais alguém

Sempre tive mania de planejar demais minha vida: viagens, caminhos. Planos, sempre. Nos últimos tempos, aprendi que a surpresa tem seu lugar na vida. E um papel muito importante!

Sexta passada, depois do feriado, acordei, fiz umas coisas que precisava fora de casa, voltei, brinquei com os cachorros. Sentei no computador e me deu uma vontade louca de ir pra Belo Horizonte. Faltou a paz. Em uma hora as passagens já estavam compradas, pra ir dali algumas horas.

Um impulso que veio de uma fragilidade momentânea foi muito gratificante. Deixou clara a fragilidade, a carência.  A falta que algumas coisas têm feito na minha vida. A falta que algumas pessoas têm feito na minha ou até a falta que uma pessoa tem feito na minha vida. Falta não dela, mas do que ela foi pra mim. Foi.

Amigas, festinhas, estudos... me descobri trancada pra fora de casa, fiquei de hóspede na casa de pessoas queridas. E como são queridas! Como é bom ter carinho em volta! De vez em quando, alguém que segure na sua mão e não deixe você estragar um esforço interno de meses. Que te abrace, passe um batom escândalo, e te diga que vai ficar tudo bem. Carinho, amizade, comida boa e bons vinhos. Cura tudo nesse mundo? Curar não sei, mas ajuda a construir a base da cura. Faz a gente ficar feliz!

Obrigada, minhas lindas! Pela conchinha, pelo Ruby Woo, pela mágica.

Mágica mesmo, muita :)

"Agora é hora de vibrar
Mais um romance tem remédio
Vou viajar lá longe tem
O coração de mais alguém"



terça-feira, 14 de junho de 2011

Carta (escancarada) ao homem frouxo

Descaradamente reproduzido, 
Diretamente do blog sincero do admirável Xico Sá
Devotamente tido como uma grande verdade (aferida em campo, quase 29 anos de pesquisa):


"Coragem, meu filho, coragem. Epístola dirigida é comigo mesmo. Como esta, atendendo a pedidos de pelo menos 30 fiéis leitoras do blog. Uma carta, fruto da encomenda afetiva das moças, pelo encorajamento do macho perdido:  
***
Amigas, peço a devida licença para me dirigir exclusivamente aos meus semelhantes de sexo, esses moços, pobre moços, neste panfleto testosteronizado.
Sim, amigas, esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito.
Destemidas fêmeas, caso observem  que eles não leram, não estão nem ai para a nossa carta aberta, mostrem aos seus homens, namorados ou pretendentes,  esfreguem uma cópia impressa nos narizes insensíveis para os bons cheiros da vida.
Uma cópia colada na tv antes do clássico não funciona. Ele vai esquecer de ler depois.  
Agora falando sério, e só para estes moços, pobres moços:
Amigos, chega dessa pasmaceira, chega dessa eterna covardia amorosa. Amigos, se vocês soubessem o que elas andam falando por ai. Horrores ao nosso respeito.
O pior é que elas estão cobertas de razão como umas Marias Antonietas cobertas de longos e impenetráveis vestidos.
Caros, estamos sendo tachados simplesmente de frouxos, medrosos, ensaios de macho, rascunhos de homens, além de tolos, como quase sempre somos, uns Joões Sorrisões, como esse boneca panaca dos gols da rodada.
Prestem atenção, amigos, faz sentido o que elas dizem. A maioria de nós anda correndo delas diante do menor sinal de vínculo, diante da menor intimidade, logo após a primeira ou segunda manhã de sexo. O que é isso companheiros? Fugir à melhor das lutas?
Nem vou falar na clássica falta de educação do dia seguinte. Aí já é nosso paleolítico, história datada. Como sim um lacônico SMS - “noite linda,gracias!”- fosse nos tirar pedaço. Francamente, hombres.
Delicadeza, macho,  não custa nada, não terá nem mesmo que roubar ou quebrar teu infantil porquinho de economias.
Amigos, estamos errados quando pensamos que elas querem urgentemente nos levar ao altar ou juntar os trapos urgentemente. Nos enganamos. Erramos feio. Em muitas vezes, elas querem apenas o que nós também queremos: uma bela noitada!
Por que praticamente exigimos uma segunda chance apenas quando falhamos, quando brochamos, algo demasiadamente humano? Ah, eis o ego do macho, o macho ferido por não ter sido o garanhão que se imagina na cama.
Sim, muitas querem um bom relacionamento, uma história com firmes laços afetivos. Primeiro que esse desejo é legítimo, lindo, está longe de ser um crime, e além do mais pode ser ótimo para todos nós.
Enquanto permanecermos com esse medinho de homem, nesse eterno e repetido “estou confuso” –“eu tô CAFUSO”, como dizia Didi Mocó!-, a vida passa e perdemos mil oportunidades de viver, no mínimo, bons momentos do gozo e da felicidade de varejo possível. Afinal de contas para que estamos sobre a terra, apenas para morrer de trabalhar e enfartar com a final do campeonato?
Amigos, mulher não é pra medo, é para nos dar o melhor da existência. Nada melhor do que a lição franciscana do “é dando que se recebe”, como cai bem nessa hora.
Amigos, até sexo pra valer, aquele de arrepiar, só vem com a intimidade, os segredos da alcova, as pornodevoções,  o desejo forte que impede até o ato que mais odiamos, a velha brochada da qual tratamos aí acima.
Caros, esqueçamos até mesmo o temor de decepcioná-las, no caso dos exemplares mais generosos do nosso clube.
Não há decepção maior no mundo do que a nossa covardia em fugir do que poderia representar os bons momentos da felicidade possível, repito, não a felicidade utópica, que é bem polêmica, mas a felicidade que escapa covardemente entre nossos dedos a toda hora.
Acordemos, amigos homens!
Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida.
Falta de vergonha na cara e de se permitir ser chamado de homem para valer e de verdade.
Escrito por Xico Sá às 21h45"

domingo, 12 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

nove dias

*play na música ali embaixo...


"Se faltar carinho, ninho
Se tiver insônia, sonha
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais"


hoje, mais uma vez, o shuffle do iPod entendeu o que eu precisava ouvir.
sabia que seria um dia super carregado, mas acordei com minha cachorra fazendo barulho de madruga e quase que não durmo depois. começei a pensar na falta que faz um carinho. tive insônia, tentei sonhar. chorei. tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.

"Se encontrar algum destino
Para solidão tamanha
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais"


o que fazer quando bate uma solidão assim? quando as coisas perdem um poquinho da graça, mas nada de espacinho na agenda? nada de conseguir abstrair, de conseguir não atropelar as coisas. não que o problema seja o lugar: solidão acompanha seja lá onde for. mas tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.

"Se você ficar sozinho
Pega a solidão e dança
Se faltar a paz
Se faltar a paz, Minas Gerais"


pegar a solidão e dançar. a dança da solidão: danço eu dança você, já diriam outros. mas e se ela pisa no meu pé? se essa maldita dessa solidão consegue me colocar pra baixo? como que levanta, como que muda isso? tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.

se tiver vontade chama? não, melhor não
desaparecer no vento? era tudo o que eu queria agora: dar um nó na imensidão do tempo, pular pra quinta que vem. e por que? porque, entre outras coisas, tá faltando a paz, tá faltando Minas Gerais.



ps.: música do último CD do Marcelo camelo, composta em parceria com o Dahmer, do www.malvados.com.br



sábado, 4 de junho de 2011

Bala de canela, bolo de ameixa

Essa semana, muito por acaso, achei minha bala preferida num restaurante simplesinho que fui almoçar. Aquelas balinhas redondas de canela, que se deixar fere o céu da boca pela acidez e pela compulsão de comer. Fiquei feliz até.

Num meio de tpm, passei a semana numa insegurança danada, com uma baita sensação de abandono. Vindos de vários lados, de várias pessoas queridas.

Ruim ter impressão que um relacionamento de um tempão tá se desfazendo. Talvez por carinho mútuo demais, talvez por cada querer viver demais seu tempo, suas novidades. Talvez por falta de comunicação, e não falta de amor. Existe amor na amizade, muito. Ruim demais ter vontade de correr, de dar um tempo nisso, mas não ter pra onde. Onde? Como falar as coisas que estão por dizer? Como desabafar sem estragar a convivência? Ainda mais sem sentir receptividade do outro lado. Plano B? Não existe. É essa a cena, é esse o palco, somos nós os atores. Uma bala de canela podia resolver a questão.

Um outro lado foi a falta de cafuné, o fim de semana de estudos, sem sair de casa. Vontade de ser  irresponsável, de sair correndo, largar as pendências (dos dois) e aninhar no colo. Deu insegurança de fazer isso, de ligar, de mandar mensagem. Conversinha morna e só. Deixa esse bolo de ameixa, vai? Me ajuda a sonhar.