sexta-feira, 14 de setembro de 2012

não confie em ninguém com mais de 30 anos





Domingo, sem muita surpresa, vou acordar com 30 anos.

Novas etiquetas de agora pra frente: mulher adulta, mulher de trinta, balzaquiana. Não posso negar que isso, acompanhado dos outros rótulos - dados por mim, quase sempre - solteirona, indecisa, desnorteada, pesam. Pesa um pouco lembrar como me imaginava aos trinta. Pesa um pouco não ter ideia do que será a vida daqui pra frente. Pesa ter urgência de algumas coisas que estão fora do meu controle. 

É, é pesado crescer.

Um tempo atrás, estava pensando sobre isso: o que é crescer? A conclusão foi que crescer é algo como se tornar uma criança responsável. Cumprir com suas obrigações, tarefas, trabalhos, responsabilidades, mas sempre com a leveza e a alegria - se possível com os olhos - de uma criança. Não parar de brincar com a vida, de se divertir nela. Manter a alma de criança.

2012 está sendo um ano maluco pra mim. A minha impressão é que entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, minha 'alma de criança' saiu pra brincar e nunca mais voltou. Isso aconteceu na forma de perdas, mudanças, pessoas queridas que se afastaram, decepções. Estou me sentindo menos alegre esse ano, mais preocupada, menos focada, rendendo menos. Sinto falta da criança, sinto falta da alegria, sinto falta da descontração. A cada dia quero mais ficar quieta em casa, desligar telefone+emails+facebook+skype+twitter e ficar só, ouvindo o ventilador rodar. E tomar um vinho branco. Só.

Quero achar essa alegria, quero rir de novo, quero não aguentar ficar tanto tempo em casa. Quero minha leveza de volta, daquele jeito bonito que eu conheço ela. Acho que ela  anda meio forçada ultimamente...

Preciso achar essa criança logo.

Preciso voltar a rir à toa.


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