sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Detalhes

Já era tarde. Bem tarde. A quantidade de álcool colocada pra dentro também já era grande. Bem grande. Já dava até pra esquecer o sufoco dos últimos meses, os dias e mais dias passados sozinha. Não tão sozinha, afinal, a cachorrinha sempre estava ali. Sozinha de gente. Longe de casa a mais de 29 semanas, um almoço acabou virando uma cerveja num bar, que puxou um convite para ir a um casamento. Putz, adoro casamentos! Mas será que não é meio estranho ir sem conhecer os noivos? Nada, cê tá com a gente!
Ok, com cabelo curto toda festa fica mais fácil. E lá se foi. Até bem bonita.
A cerimônia foi linda, o lugar era muito bacana. Ela até chorou, como sempre. Mas, enfim, chegou a festa. Oba! Cai na mão dela um copinho de whisky (com energético, pra descer facinho). Depois mais um, e mais um, e outro... Foi assim que chegou no tarde ébrio lá do começo. Quando notou, estava descalça (ela detesta salto) dançando músicas dos anos 60 (que ela adora dançar essas músicas).
Passou um rapaz, que mais cedo, ainda no bar, tinha sido apresentada e simultaneamente informada ao pé do ouvido que ele estava disponibilissímo. Quer saber, por que não? Chama ele ali pra mim por favor? Oi. Oi. Preciso te falar uma coisa. Fala. É que os homens... os homens, não valem as pilhas do meu vibrador. (Risinho sem graça).
Corta pro beijo, pro amasso, pro vômito no banheiro, pras camareiras expulsando ela da festa. Ele foi um gentleman, acompanhou-a no taxi, desceu na casa dela. Ela que pagou.  Esperou ela tomar um banho (tava incomodadíssima com um suposto cheiro de vômito).
E ele acabou ficando por lá, conversando até de manhã na cama. Quando ela melhorou, eles acabaram terminando o que tinham começado. Sim, o sexo. Ela tinha recentemente terminado um namoro estranho, e desde então, só o vibrador fazia companhia naquelas noites quentes. Sim, o vibrador existia mesmo, e movido à pilhas recarregaveis, pra ser ecologicamente correto.
Tava lá a chance! Ia tudo muito bem, até ela descobrir o tamanho da encrenca em que estava. Era mínimo, minúsculo, quase imperceptível. Bem pequeno. Não fazia nem cosquinha. Ela já tinha conhecido um cara assim, mas ele tinha outras qualidades que nem deixaram ela perceber esse detalhe. 
Não dessa vez. Além de pequenino, ele não se preocupou em fazer nada de mais. Na verdade, não se preocupou nem com o básico.
Ui, gozei. Como assim??!!??! Ela nem tinha certeza se tinha começado! Ela virou e tentou dormir. Não conseguiu, ele roncou. Muito. E pediu carona pra casa quando acordou. Voltando pra casa ela pensou muito. Em como pequenos detalhes fazem uma grande diferença sim. E em como ele, realmente, não valia as pilhas. Ainda bem que ela se avisou antes.

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